Nosso primeiro bebê: maio 2009

ESSA É A ENFERMEIRA RO, UMA DAS PESSOAS MAIS MARAVILHOSAS QUE JÁ CONHECI!!! DIA 19.05.09, DIA DA ALTA DO HOSPITAL!

Obrigada a todos pelas orações.

Deus é fiel e justo!

Sarah nasceu de parto normal, com asfixia, sem respirar e com o coração batendo fraquinho.

Não respondia a estímulos e recebeu notas Apgar baixíssimas:

1 - no primeiro minuto

3 - no quinto minuto

3 - no décimo minuto

4 - no décimo quinto minuto

Pra quem conhece o Apgar, sabe que todas estas notas representam níveis críticos, onde o neném corre risco de vida.Passei por momentos terríveis, minha mãe também. Esperei horas no centro obstétrico, por falta de vagas na enfermaria. Fiquem sem poder ver minha filha (eu não a vi quando ela nasceu, pois a pediatra teve que correr para entubá-la) e minha família por mais de 3 horas, deitada em uma maca sem qualquer notícia concreta. Só sabia que ela estava na Uti (neonatologia do hospital), e respirava com ajuda de oxigênio extra. Apesar do sofrimento, o Espírito Santo esteve comigo em todo o tempo, e eu senti paz no coração, sabia que Ele faria o milagre. Horas depois, me levaram para a enfermaria e pude ver minha pequena. Linda, gordinha (3.260 gramas e 48 cm), com olhinho azul escuro (como a maioria dos recém-nascidos), porém tremendo muito (apesar da encubadora quentinha), com reflexos lentos, no soro e de jejum (ela permaneceu de jejum por 22 horas - estavam previstas até 48 horas - glória a Deus pela redução).

Quando a vi, já ela estava respirando sem os tubos e já respondia a alguns estímulos. Seu coração batia em média 100 batidas por minuto (o normal de um RN são 140 batidas). A pediatra me animou, mas disse que os riscos ainda não podiam ser medidos. Nos 2 dias seguintes, ela foi se recuperando e outro desafio se iniciou: a amamentação. Como ela esteve de jejum, não pude lhe fornecer o colostro em suas primeiras horas, e meu seio praticamente não produzia nada, o que levou a neonatologia a optar por, mesmo depois de liberada a alimentação, pelo NAM (leite artificial).

Isso dificultou o processo da produção do leite, e meu peito doía muito. Foi uma luta fazer meu peito produzir algo, incluindo algumas técnicas de estímulo, como massagens, ordenhas (como dói) e também a colocação de um caninho no bico do seio para amamentar a Sarah com o Nam, ao mesmo tempo em que ela estimulava minha produção, ao sugar. Foi pré-condição para a saída dela da unidade intensiva que ela estivesse mamando no peito, e por conta disso, estndemos mais um dia no hospital. Na enfermamria, estive com outras 2 mães em um quarto e depois fui tranferida para outro, com mais 3 mães. Todas com seus bebês, e eu só. Mas, como disse, o Espírito Santo esteve comigo, me animando, confortando e encorajando.O Cesar e minha mãe foram fundamentais para mim, por todo o apoio, carinho, dedicação e doação.Minha mãe, particularmente, foi muito prestativa, sofredora, passou 2 noites em claro para nos ajudar (e depois de todo esse baque, tadinha, ainda teve que viver a perda da irmã caçula da família). Graças a Deus na segunda-feira, após mamar (com dificuldades, mas co vitória), Sarah foi liberada da neonatologia e fomos para o quarto.Á noite, como não conseguia amamentar, e a Sarah estava meio letárgica, molinha, muito amarela, o desespero bateu não só em mim, mas também no Cesar. Meus seios estavam vermelhos, os bicos, feridos e eu não conseguia ordenhar corretamente, de forma que cada enfermeira que vinha me ajudar me machucava um pouco e dificultava o trabalho. O seio então já tinha leite, que empedrava. Chorei bastante, com a pressão de que "não podia chorar, porque senão o leite secaria", e as enfermeiras permaneciam dando NAM para a neném, enquanto eu me esforçava. Minha mãe comprou uma esgotadeira e depois, uma concha de amamentação.

FOI A RESPOSTA DAS ORAÇÕES.Essa tal CONCHA é simplesmente E-S-P-E-T-A-C-U-L-A-R!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Ela simplesmente DESEMPEDROU meus seios e eu comecei, a partir de 1 hora depois de usá-la, a ter leite fluido e pude amamentar a Sarah.Passamos - eu e minha mãe - a noite toda amamentando (minha mãe me ajudando, levando a Sarah daqui pra lá - e ela ainda apoiou as outras mamães que estavam no quarto), a cada 1 hora em média.Pela manhã, eu já era outra pessoa, completamente animada, feliz, saltitante (exausta). Pensa numa mãe babona, corujona, como uma galinha querendo guardar as crias, como uma leoa querendo defender minha pequena. COMO VALEU A PENA.

No mesmo dia, Sarah recebeu alta, apresentando, todavia, um quadro de icterícia (nível 16 - limite é 20), mas não suficiente para interná-la novamente para o banho de luz. Viemos pra casa, ainda sofri bastante com os seios (a pega dói muito, e todas as que amamentaram um dia devem lembrar disso muito bem), mas hoje o direito já não dói e a dor do esquerdo é bem suportável. Sarah mama muitíssimo bem, com uma regularidade e uma força maravilhosas.

Nessa noite, ficamos acordados das 2:30 às 7:00 entre amamentação, troca de fraldas (3 cocôs), troca de roupas (ela fazia xixi nas trocas e acabava molhando as roupinhas - foram 3 tip-tops só essa noite, apesar de todo o cuidado), etc. Ela mamou mais de 4 horas (com interrupções, lógico), foi algo incrível.

Pensa agora numa mãe exausta, com os braços doendo, a coluna ardendo, completamente descadeirada. Pensa num pai azul de sono, com os olhos vermelhos, se esforçando para retrocar as fraldas vez após vez, num frio razoável que faz nessa cidade. Pensou? Pois é, esse é o casal Cesar e Mimi, os mais felizes do mundo, os mais gratos, os mais reconfortados e consolados, já pensando como valeu a pena e como queremos, daqui a uns 2 u 3 anos, providenciar o irmãozinho da Sarah (ou irmazinha), se assim Deus quiser.

Bom, resumi a história, infelizmente ontem foi um dia também pesadíssimo, por conta da morte da minha tia e tudo mais, o dia foi todo enlutado, minha mãe completamente desnorteada, minha vó sem saber de nada... Foi realmente muito difícil.

Em tudo isso, vejo a mão de Deus, seu amor e cuidado.Ele é fiel e sabe todas as coisas.Eu o amo com todo meu coração, com todas as minhas forças e com toda a minha alma. E agradeço a todos que estiveram comigo, orando por mim, a todos que sequer sabiam de tudo isso, mas que estavam aguardando notícias, a todos os parentes, amigos e irmãos na fé em Cristo que se uniram a nós nessa batalha. Deus seja louvado eternamente.

Obrigada,Com amor e gratidão,

Michelle

Sarah SARADA Miltons

Cesar